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Doze anos sem o saudoso mestre e amigo, Plínio Marcos, grande bruxo e destemido repórter das quebradas do mundaréu

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Por mais que as cruentas e inglórias Batalhas do cotidiano Tornem um homem duro ou cínico O suficiente para fazê-lo indiferente Às desgraças e alegrias coletivas, Sempre haverá no seu coração, Por minúsculo que seja, Um recanto suave Onde ele guarda ecos dos sons De algum momento de amor já vivido. Bendito seja Quem souber dirigir-se A esse homem Que se deixou endurecer, De forma a atingi-lo No pequeno porém macio Núcleo da sua sensibilidade. E por aí despertá-lo, Tirá-lo da apatia, Essa grotesca Forma de auto-destruição A que por desencanto Ou medo se sujeita. E por aí inquietá-lo E comovê-lo para As lutas comuns da libertação. O ator tem esse dom. Ele tem o talento de atingir as pessoas Nos pontos onde não existem defesas. O ator, não o autor ou o diretor, Tem esse dom. Por isso o artista do teatro é o ator. O público vai ao teatro por causa dele. O autor e o diretor só são bons na medida Em que dão margem a grandes interpretações. Mas o ator deve se conscientizar De que é um cristo