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Mostrando postagens de abril, 2012

Xingu: 50 anos em filme

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Um pouco mais sobre o filme 'Xingu' e outras histórias de minha viagem ao parque indígena, em reportagem publicada na revista SAX.  'Xingu' traz seis personagens índios, 20 personagens secundários e ma is de 200 figurantes /foto de Guilherme Ramalho Apenas uma lua cheia gigantesca, amarelada e misteriosa iluminava a noite no Parque Indígena do Xingu. Apesar do breu na vasta aldeia dos Ikpeng, foi mais que o bastante. A iluminação natural deu ao cenário um clima singular para a festa animada que avançou madrugada adentro. Cantos ancestrais entoados pelo obstinado pajé Araká conduziram a dança no interior e fora da enorme cabana. Em fila, homens, mulheres e crianças seguiam o ancião, incansáveis, cantando e brincando. A festa, que durou três dias, teve um motivo. Conhecidos como índios guerreiros, os Ikpeng, que vivem desde a década de 60 no Parque do Xingu, no norte do Mato Grosso, decidiram botar a mão na massa e rever a própria história. Testemunhada por uma

Cinema de índio

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Estive em dezembro de 2010 no cinquentenário Parque Indígena do Xingu (MT), cuja história é contada no longa "Xingu", de Cao Hamburger, que chega às telas nesta sexta, 06. Parte dessa viagem é contada na reportagem à seguir, publicada na Revista do Brasil, em abril de 2011. A matéria fala da familiaridade com câmeras fotográficas e filmadoras. Entre os ikpeng da aldeia Moyngo, no Médio Xingu, a tecnologia tornou-se instrumento de resistência cultural.  Resistência cultural via novas t ecnologias / foto de Christian Knepper No futuro, quem sabe, dirão ser rastros de civilizações antigas as imensas áreas descampadas onde se destacam enormes geoglifos, como o que avistamos da janela do monomotor que nos leva rumo ao Parque Indígena do Xingu, em Mato Grosso. Mas o desenho no solo, em forma de sucuri, cujos contornos foram demarcados com eucalipto e soja, nada tem a ver com os indígenas da região. Desmatamento e soja avançam em direção ao Xingu/foto de Carlos Minua

Utopias e dramas do Xingu

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Sonho dos irmãos Villas Boas chega às telas em momento de retrocesso em políticas Por Carlos Minuano  ( Foto de Paula Nogueira) “Estamos andando pra trás nas políticas indígenas", disse o diretor Cao Hamburger na pré-estreia de Xingu em São Paulo    O filme “Xingu”, de Cao Hamburger (O Ano em Que Meus Pais Saíram de Férias), chega às telas em um momento de retrocesso nas políticas indígenas. No mês em que é celebrado o dia do índio, pouco há para se comemorar. O Parque Indígena, criado pelos irmãos Villas Boas, cenário do filme, vive às voltas com diferentes ameaças, e em outras aldeias espalhadas pelo país, o clima é de medo, provocado por invasões do garimpo, pela ameaça constante do narcotráfico e pela violenta disputa pelas terras com fazendeiros fortemente armados. O avanço da política indigenista, expresso na saga dos irmãos Villas Boas, e bem retratado no filme, corre sério risco de ir por terra. No caso especifico do Parque Indígena do Xingu, área de

Cidade Oculta

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Prédios e esgotos de São Paulo estão em exposição no site Arte Fora do Museu, com visita guiada.   Na correria quase insana do dia a dia, quantas pessoas são capazes de perceber que a cinzenta capital paulista abriga obras artísticas em muros, prédios, jardins e até em canais de esgoto? Circulando por essa “cidade oculta” dois jornalistas tiveram uma ideia: criar um site que mapeasse a arte espalhada pelas ruas de São Paulo. Assim surgiu o projeto Arte Fora do Museu. Desde meados de 2011, quando entrou no ar, o site oferece uma visita guiada por um circuito de arte praticamente desconhecido, com pinturas, esculturas, construções arquitetônicas e grafites feitos em espaços públicos, que muita gente sequer sabe que existem.  O projeto começou a tomar forma na cabeça de Felipe Lavignatti em 2007, quando foi à Faap ver uma exposição: “Fiquei espantado quando vi, no saguão de entrada da faculdade, réplicas de esculturas do Aleijadinho. É fácil saber quais obras estão em museus como