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Mostrando postagens de novembro, 2010

Arquivos Minuanicos/Uma Noite em 67

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Carlos Minuano para a revista Brasileiros O clima lembra uma decisão de campeonato de futebol. Ânimos alterados por todos os cantos. A arena da peleja era o Teatro Paramount, centro de São Paulo, onde acontecia a final do 3o Festival de Música Popular Brasileira da TV Record, na noite de 21 de outubro de 1967, em meio à crescente tensão política. De um lado, artistas, que começavam a mudar os rumos da MPB, se revezavam em uma batalha de nervos, movida à canção e poesia. Do outro, uma plateia apaixonada e vibrante, que aplaudia emocionada ou criticava de forma incisiva. "De repente, vi um ovo passando a menos de um palmo de meu nariz", conta o jornalista Sérgio Cabral, um dos jurados. É esse momento histórico que capta o documentário Uma Noite em 67, de Renato Terra e Ricardo Calil. O filme, que marca a estreia de ambos no cinema e abriu a edição deste ano do festival É Tudo Verdade. [Em cartaz desde julho, o filme ainda pode ser visto no Frei Caneca Unibanco Arteplex]. Por me

Salles confirma filmagem de On the Road

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Por Carlos Minuano, para a revista Brasileiros Quem diria? Gus Van Sant e Jean-Luc Godard não toparam a parada e veio parar na mão do diretor brasileiro, Walter Salles, a adaptação do clássico livro On the Road, do escritor norte-americano, Jack Kerouac, lançado em 1957 (traduzido como Pé na Estrada, na edição brasileira). As filmagens começam no início de agosto em estradas dos Estados Unidos, Canadá e México. A montagem será feita no Brasil. No elenco, entretanto, nenhum brasileiro. Para os papéis principais da adaptação do romance, já estão confirmados os atores Sam Riley (Control), que interpretará o alterego de Jack Kerouac, Sal Paradise; Garrett Hedlund (Tron Legacy), escalado para viver o parceiro de estradas, Dean Moriarty; e a bela Kristen Stewart (Crepúsculo), que fará a esposa enlouquecida de Moriarty, Marylou. "Convidei Kristen Stewart há quase dois anos, depois de ter ficado impactado pela sua atuação em Na Natureza Selvagem', de Sean Penn", explica. "El

O regresso de quem não foi

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Carlos Minuano | Para o Cultura e Mercado Dado como morto, PL Azeredo avança silenciosamente na Câmara em versão piorada. Com mais de 20 anos de acesso público à rede o Brasil ainda não tem uma legislação para o setor. Apesar do amplo marco regulatório do setor de telecomunicações durante privatizações da década de 90, ambiente digital permanece sob a mira de projetos de lei cujo foco é o direito criminal, com objetivo de tipificar condutas e criar penas. Entre as diferentes iniciativas, uma ganhou especial destaque nos últimos dois anos, provocando grande estardalhaço, pelo conteúdo controverso de seu texto. O Projeto de Lei para Crimes Eletrônicos, o PL 84/99, também chamado de Lei Azeredo – referência a seu mais fiel defensor, Eduardo Azeredo (PSDB/MG), eleito deputado na peleja eleitoral que acaba de findar. Segundo especialistas, problema do PL é que mira em crimes como pedofilia e disseminação de vírus, mas acerta em praticamente todos os usuários. No ano passado, a sociedade por

Fomento terceirizado em SP

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Carlos Minuano | para o Cultura e Mercado Acabou a Lei de Fomento ao Teatro em São Paulo. É o que afirma parte da classe teatral paulista. Segundo interpretação de grupos artísticos, ela foi extinta – na calada da noite – pelo decreto municipal nº 51.300, do prefeito Gilberto Kassab. Fomento à dança e programa VAI também são atingidos pela medida, que está sendo interpretada como uma ‘terceirização da Lei de fomento’. Inconformados, cerca de 250 profissionais do setor cultural reuniram-se nesta quarta, 27, na Câmara Municipal para protestar contra o decreto. Um dos maiores problemas seria a criação de um sistema de convênios que pode, entre outras mudanças, colocar a administração do fomento nas mãos de OS [Organização Social], aliás, excluídas de exigências do decreto, semelhante a outras contratações relacionadas a eventos como a Virada Cultural. “O decreto permite também que a própria secretaria apresente projetos, sem licitação, imagina no que isso vai dar?”, comenta Marcio Boaro,

Vida de sertanista

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Carlos Minuano para a revista Brasileiros Certo dia, após a morte dos pais, três irmãos decidiram abandonar seus empregos e toda a vida que levavam em São Paulo. O motivo: queriam partir rumo a distantes rincões do País, desbravar sertões e florestas até então desconhecidos. A viagem em questão é a Expedição Roncador-Xingu que, em 1943, partiu de São Paulo rumo a regiões inóspitas do Brasil Central. Seus nomes: Orlando, Cláudio e Leonardo Villas Bôas. Impulsionados, em princípio, pelo desejo de aventuras, descortinaram o misterioso mundo dos povos indígenas. Um mundo que, como poucos, eles compreenderam e ajudaram a preservar. E ao qual, apaixonados, dedicaram - de corpo e alma - suas vidas. Embora a portaria no 77, que criou a expedição durante o governo de Getúlio Vargas, não cite as populações indígenas em nenhum momento, a caravana terminou por descobrir que as regiões, que se pensavam desabitadas, eram na verdade habitadas há séculos pelos índios. Eles não imaginavam que a viagem,