CINEMA PSICODÉLICO
Poetas viajantes
Escritores dinamarqueses a procura de inspiração descobrem a ayahuasca na selva amazonica peruana
Três poetas dinamarqueses, Thomas Boberg, Jeppe Brixvold e Lars Skinnebach – o primeiro morando no Peru há 10 anos, decidiram se mandar para Tarapoto, Estado de San Martin, no Peru, com o objetivo de experimentar a bebida amazônica ayahuasca, utilizada em rituais pelos índios da America do Sul e por grupos religiosos no mundo inteiro.
A bebida é usada também no tratamento de dependentes químicos e, em geral, para melhorar o bem-estar psicológico e espiritual de quem a procura. Utilizada milernamente pelos pajés andinos, é o principal tratamento oferecido na casa Takiwasi, de reabilitacão de toxicômanos e de investigacão de medicinas tradicionais indigenas. Foi lá que os jovens poetas desembarcaram.
Para os estrangeiros, ao dar acesso a um mundo visionário misterioso, a ayahuasca também poderia estimular uma especial e rara inspiracão artistica para escrever. Mas os dinamarqueses foram além. A viagem rendeu dois documentários sobre o período na selva peruana – sem dúvida uma experiência bizarra, sobretudo na indiferente Europa, e em especial, na Dinamarca (uma pesquisa recente feito pela União Europeia aponta os dinamarqueses como a população menos religiosa da Europa).
Literatura de viagem
Os filmes “Poeter På Trip” (Poetas Viajantes) e “Ayahuasca – rejsen til det ukendte” (Ayahuasca – uma viagem para o desconhecido), mostram uma conversa entre o curandeiro e os poetas, antes de beberem ayahuasca em que falam sobre as expectativas para a experiência. Os documentários acompanham ainda os rapazes durante a sessão e em outra conversa após a cerimônia, a respeito do que teriam visto e aprendido.
Apesar de reconhecerem que o resultado teria sido bem diferente do que esperavam, afirmam ter gostado. Um dos poetas conta no filme detalhes de uma visão que teria lhe mostrado como todas as culturas do mundo são compostas da mesma essência. Outro afirma ter percebido que a maior parte de seus sofrimentos eram criados por sua propria mente. O terceiro poeta revela ter revisto os proprios medos, entre eles o temor em relação a morte.
Durante o ritual todos vomitaram bastante, mas resignaram-se. “Faz parte da experiência e é considerado uma limpeza”, afirmou um deles. Mesmo que a expectativa de atingir inspiracão para escrever não tenha sido alcançada diretamente, relatam ter atingido um tipo de clareza e uma calma interior, singulares.
Para a Dinamarca, o uso de uma planta psicodélica como a ayahuasca é algo especialmente polêmico. Talvez esse seja outro merito do filme, mostrar que outras leituras e percepções são possiveis, diferentes do restritivo ponto de vista que coloca todas as substâncias no mesmo saco, carimbadas como droga e ponto. Ou seja, algo prejudicial e nocivo, do qual devemos ficar longe. Através do filme, o público dinamarques pode conhecer um pouco do mundo fora de seu quintal. Detalhes específicos como os noventa por cento de remédios europeus, cuja origem baseia-se em plantas e na sabedoria dos povos tradicionais.
*Colaborou Iben Imessell, da Dinamarca
Escritores dinamarqueses a procura de inspiração descobrem a ayahuasca na selva amazonica peruana
Três poetas dinamarqueses, Thomas Boberg, Jeppe Brixvold e Lars Skinnebach – o primeiro morando no Peru há 10 anos, decidiram se mandar para Tarapoto, Estado de San Martin, no Peru, com o objetivo de experimentar a bebida amazônica ayahuasca, utilizada em rituais pelos índios da America do Sul e por grupos religiosos no mundo inteiro.
A bebida é usada também no tratamento de dependentes químicos e, em geral, para melhorar o bem-estar psicológico e espiritual de quem a procura. Utilizada milernamente pelos pajés andinos, é o principal tratamento oferecido na casa Takiwasi, de reabilitacão de toxicômanos e de investigacão de medicinas tradicionais indigenas. Foi lá que os jovens poetas desembarcaram.
Para os estrangeiros, ao dar acesso a um mundo visionário misterioso, a ayahuasca também poderia estimular uma especial e rara inspiracão artistica para escrever. Mas os dinamarqueses foram além. A viagem rendeu dois documentários sobre o período na selva peruana – sem dúvida uma experiência bizarra, sobretudo na indiferente Europa, e em especial, na Dinamarca (uma pesquisa recente feito pela União Europeia aponta os dinamarqueses como a população menos religiosa da Europa).
Literatura de viagem
Os filmes “Poeter På Trip” (Poetas Viajantes) e “Ayahuasca – rejsen til det ukendte” (Ayahuasca – uma viagem para o desconhecido), mostram uma conversa entre o curandeiro e os poetas, antes de beberem ayahuasca em que falam sobre as expectativas para a experiência. Os documentários acompanham ainda os rapazes durante a sessão e em outra conversa após a cerimônia, a respeito do que teriam visto e aprendido.
Apesar de reconhecerem que o resultado teria sido bem diferente do que esperavam, afirmam ter gostado. Um dos poetas conta no filme detalhes de uma visão que teria lhe mostrado como todas as culturas do mundo são compostas da mesma essência. Outro afirma ter percebido que a maior parte de seus sofrimentos eram criados por sua propria mente. O terceiro poeta revela ter revisto os proprios medos, entre eles o temor em relação a morte.
Durante o ritual todos vomitaram bastante, mas resignaram-se. “Faz parte da experiência e é considerado uma limpeza”, afirmou um deles. Mesmo que a expectativa de atingir inspiracão para escrever não tenha sido alcançada diretamente, relatam ter atingido um tipo de clareza e uma calma interior, singulares.
Para a Dinamarca, o uso de uma planta psicodélica como a ayahuasca é algo especialmente polêmico. Talvez esse seja outro merito do filme, mostrar que outras leituras e percepções são possiveis, diferentes do restritivo ponto de vista que coloca todas as substâncias no mesmo saco, carimbadas como droga e ponto. Ou seja, algo prejudicial e nocivo, do qual devemos ficar longe. Através do filme, o público dinamarques pode conhecer um pouco do mundo fora de seu quintal. Detalhes específicos como os noventa por cento de remédios europeus, cuja origem baseia-se em plantas e na sabedoria dos povos tradicionais.
*Colaborou Iben Imessell, da Dinamarca
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