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Para o Cultura e Mercado

Teve início nesta terça-feira, 19, o primeiro encontro da RAIA (Rede Audiovisual Ibero-Americana), no Centro Cultural da Espanha, em São Paulo. O encontro marca o início da construção de uma rede de cooperação entre articuladores internacionais para pesquisar e debater novas formas de pensar, fazer e divulgar conteúdos audiovisuais em países ibero-americanos, considerando a produção local e global.

O encontro é promovido pelo Divercult, organização cultural internacional fundada no Brasil, hoje com sede na Espanha e financiado pela Aecid (Agencia Espanhola de Cooperación Internacional para el Desarrollo).

Na abertura do evento, Ana Tomé, diretora do Centro Cultural da Espanha em São Paulo/ Aecid, deu as boas vindas aos participantes e falou sobre as atuais estratégias de cooperação para o desenvolvimento em países ibero-americanos. “A América Latina seguirá como foco principal”, disse.

A diretora ressaltou ainda que o objetivo da Aecid não é o patrocínio, mas parcerias voltadas ao desenvolvimento. “Há casos em que um apoio de logística ou infra-estrutura vale mais que a ajuda financeira”.

Em seguida, Fernanda Martins, presidente do DiverCult, falou sobre a proposta da organização. “Nosso objetivo é investigar práticas, agentes e métodos que contribuam para o diálogo cultural, fomentar a articulação entre os representantes destas práticas e difundir o que for mapeado”.

Ela apresentou também o projeto Conversas Diversas, plataforma de pesquisa-ação com foco na busca de alternativas para o desenvolvimento de políticas e práticas culturais. Outra ação destacada por Fernanda é a produção do webdocumentário “Te Están Grabando”, que vai analisar os efeitos da industria cinematográfica hollyoodiana sobre as culturas locais.

Perpassa todas as iniciativas, o estímulo ao processo de cooperação. Para Leonardo Brant, que coordena a metodologia da rede e dirige o documentário, “o encontro entre experiências similares em regiões distintas pode colaborar para que cada uma se fortaleça individualmente”. A ideia do evento em São Paulo, segundo ele, é justamente descobrir os caminhos para que isso ocorra de forma efetiva.

À tarde, quem abriu o debate foi Luis Algarra, que falou sobre seu trabalho de construção de redes sociais comunidades, empresas e organizações diversas. “Não basta ter a tecnologia, é preciso atitude, é onde entramos, estimulando a ação das pessoas”, explicou.

Segundo Algarra, a partir do uso de diferentes técnicas de conversação é possível fazer com que integrantes de uma determinada rede encontrem, a partir de suas individualidades, fluxos de ação harmônicos, mesmo sem consenso entre idéias e opiniões.

O tema rendeu um extenso debate acerca da natureza das redes, não apenas no ambiente virtual, mas também no real. Colaboração, convivência, exposição e competição foram alguns dos temas de reflexão entre os participantes. “Não há outro caminho, temos que conversar”, observou Algarra.

Encerraram as atividades do primeiro dia do encontro, o chileno Dino Pancani, que falou sobre o projeto Tramas, trabalho com conteúdos audiovisuais voltado à educação; e o boliviano Humberto Mansillas do Centro de Gestión Cultural Pukañawi, que apresentou o Festival Internacional de Cine de Los Derechos Humanos, realizado há cinco anos na Bolívia.

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